12 Anos de Escravidão | 12 Years a Slave | dir. Steve McQueen | EUA | ★★★★
“12 Anos de Escravidão” é aquele filme que poderá ser a pedra no sapato de “Gravidade” na temporada de premiações que já está iniciada. A expectativa gerada em torno do mais novo filme do estiloso Steve McQueen (“Shame”, “Hunger”) em parte é correspondida, já que tem muita gente dizendo que é o melhor filme sobre escravidão já realizado. Não sei dizer se isso é um elogio que o valha, pois produções como “E O Vento Levou” (1939) ou “A Cor Púrpura” (1985) ficaram datadas quanto ao tema, e o recente “Django Livre” (2012), que tanto prometia, virou paródia. Aqui, é adaptada a história de Solomon Nortup (Chiwetel Ejiofor), baseada em livro homônimo lançado por ele em 1853. Violinista prestimoso, Solomon foi sequestrado em 1841 e levado de Saratona Springs (NY) para Louisiana como escravo, situação na qual passará por sofridos 12 anos. Nesse período, ele será comercializado para mestres ora benevolentes quanto à situação – é o caso de Ford (Benedict Cumberbatch) – até parar no campo de algodão do psicopata Epps (Michael Fassbender), que carrega a alcunha de “quebrador de negros”. Mesmo contando com sua visão peculiar, que deixa “12 Anos de Escravidão” muito eficaz no resgate da memória estadunidense e a discussão sobre a necessidade de sobrevivência, o filme não poderá escapar de elementos como o melodrama universal e o branco salvador que, nesse caso, virá como o abolicionista canadense interpretado por Brad Pitt, que também é produtor da fita. O que mais me chocou foi um pesadíssimo plano-sequência em que é visto um dos açoites mais difíceis de ser assistido em um filme, tamanha a qualidade de direção e interpretação (lógico que uma coisa está em função da outra). Entre os atores, destacam-se Chiwetel Ejiofor, que tem o trabalho da sua carreira, e a novata Lupita Nyong’o, atriz mexicana de origem queniana e radicada nos EUA. Ambos serão lembrados no Oscar com boas chances de vitória.
A data de estreia de “12 Anos de Escravidão” está prevista para o dia 28 de fevereiro.





Estou torcendo por 12 anos de Escravidão no Oscar, não lembro de um filme que mostrou de maneira tão contundente essa vergonha em nossa história que foi a escravidão.