Melancolia | Melancholia | dir. Lars von Trier | Dinamarca | ★★★★
Infelizmente, “Melancolia”, este belíssimo filme do dinamarquês Lars Von Trier, teve que ficar na berlinda no último Festival de Cannes. Tudo por conta das polêmicas declarações do diretor durante a coletiva de imprensa. Na ocasião, Trier disse “entender Hitler” e, instigado pelos jornalistas, concluiu o raciocínio torto com “Ok, eu sou nazista”, sob o olhar constrangido de Kirsten Dunst. O resultado não poderia ser pior. Von Trier foi considerado persona non grata no Festival e acabaria com todas as chances de seu filme sair com o prêmio principal. “Melancolia” se inicia com uma de suas duas partes, ao ambientar-se no casamento de Justine (Kirsten Dunst), que se vê numa depressão quase sem fim, tendo que lidar com sua complicada família. Na parte subsequente, o longa se concentra na irmã de Justine, Claire (Charlotte Gainsbourg), que se vê desesperada com a iminente chegada do planeta Melancolia, que pode colidir com a Terra a qualquer momento. Eu gostei bem mais da primeira parte do filme, retrato de um casamento à la “Festa de Família”, filme de 1998 do também dinamarquês Thomas Vinterberg. Com lindas passagens de trama e misturas de gêneros, Trier, com sua câmera na mão (forte característica do Dogma 95, movimento que ele ajudou a estabelecer), nos traz o sofrimento interno de Justine e o seu crônico vazio espiritual, tendo que transparecer uma felicidade mecânica que toda noiva é obrigada a ter no dia de seu casamento. Na segunda parte, bem menos movimentada e voltada para o desespero de Claire, o filme passa a se tornar mais ligado ao fatalismo. “Melancolia” está repleto de simbolismos. Muitos deles subjetivos, quase imersos no mundinho de Lars Von Trier (vale lembrar que o diretor já revelou ter passado pela depressão durante anos, após a morte de sua mãe), outros, que saltam aos nossos olhos. Com menos complexidade e mais poesia, o filme traz Lars Von Trier muito mais sintomático e provocativo.





O acontecimento em Cannes foi lastimável. Não que eu seja contra a piada de Lars, acho sim que a IMPRENSA arruinou o individuo. Mesmo que a piada tenha sido sem graça, não deixa de ser uma piada. Enfim, acho que Árvore da Vida mereceu de qualquer jeito o prêmio.
Quando a Melancolia, acho o longa belíssimo. Mas gosto mais de Anticristo, acho mais complexo, mais interessante, provocativa, apesar de bem mais pretensioso também. A verdade é que não sacaram que o Lars Von Trier é um baita marketeiro e provocador, só pegar o Dogma 95, movimento que nem ele segue direito, ou sua declaração em Cannes de 2010 (se não me engano é), que ele era o melhor cineasta do mundo. Só ignorar!
Olá! Adorei seu blog, muito criativo! Também tenho um blog e gostaria que vc desse uma olhada. O endereço é: http://www.criticaretro.blogspot.com/ Passe por lá! Lê ^_^
Adorei o filme e para mim é um dos melhores do ano.
Lembro de ficar uns minutos imóvel na poltrona do cinema quando ele terminou.
Belíssimo filme, repleto de força e sensibilidade. Uma obra prima.